Panettone

Ontem comprei o primeiro Panettone do ano. Na hora até olhei a data de validade pra ver se não era algum que restou do ano passado. Acho incrível como as pessoas adiantam as coisas... já estamos sendo enfiados à força no período de fim de ano, e na ideia de que, quer queira quer não, 2014 já vem desapontando ali, no horizonte do tempo.
Será que o ano passa rápido demais ou somos nós que forçamos ele a andar na velocidade dos meteoros que caíram essa semana, e nem deu pra ver?

Agora parece que já não dá mais tempo de usar a desculpa de que, depois do meio do ano vou fazer regime, academia, inglês e etc. Agora já começamos à postergar essa ideia para o começo do próximo ano, e nessa a vida vai passando.
Porque não começar hoje? Porque não ignorar as folhas do calendário e enxergar que dias são apenas números, meses são só folhas ilustradas e anos são uma mera forma de marcar a passagem do tempo.

Preguiça. Esse é o meu problema. Tenho preguiça de pensar em não ir pra casa depois de 8 ou 9 horas trabalhando, aguentando mal humor alheio e engolindo sapos.
Muito mais reconfortante pensar que tenho meu quarto lá, todo aconchegante me esperando com sua iluminação baixa, com suas agulhas de tricô, sua gaiolinha da Mi Nina, suas almofadas, seus livros, e que Lolla também me espera pra coçar sua barriguinha.

Saudade da época em que minhas preocupações se resumiam em decorar as falas da formiga, personagem da peça de teatro que apresentaria na formatura do ensino primário, e no medo de não conseguir amigos tão legais na escola nova, no primeiro de 16 anos de estudo que estavam por vir.
Saudade da época em que eu não precisava me preocupar se estou engordando ao pegar mais um pedaço do bolo de fubá, esse que acabei de comer ali na copa. Eu só me preocupava em engordar um pouquinho para conseguir afundar na piscina de bolinhas, porque segundo minha mãe, minha magreza era o motivo de eu não conseguir fazer grandes mergulhos.

Acredite, já fui magro! Hoje, veja só... insiro comida até em minhas divagações. :P